terça-feira, 7 de maio de 2013

A esperança decai, a fé se vai, os sonhos não existem mais e o futuro parece sumir pouco a pouco. As cicatrizes estão por toda a sua alma, o pôr-do-sol acontece, a escuridão toma conta. seus olhos estão banhados de lágrimas, perdeste o teu abrigo. Um arrepio te alerta. Sai às ruas, a guerra é tudo o que vê. E você se vê em combate sem nenhuma camuflagem, como um iraquiano segurando a bandeira estrelada. A única sensação é a de dor, o único alívio e pesadelo é a morte. As pessoas te machucam, você evita esparadrapos. Os relógio param, o tempo não sofre mais. Nada faz sentido. Agora tens medo… Medo do que nunca acontecerá. A decadência parece inevitável, fugir dela tornou-se loucura e desprazer. As estradas sumiram e tudo continua escuro, as estradas encurtaram-se e musgos enfeitam o teu jardim. O sofrimento é o teu único sentimento puro, o único que não afogou-se em whisky. A ordem para o teu extermínio já foi nada, é questão de tempo. Intrigante, pois este já não faz sentido. E sentado na beira do precipício, tu pensas que tudo poderia ter sido diferente. Poderia e não foi por falta de poder. Poder sobre si mesmo. O doce sabor da derrota parece te alegrar. Decerto o fracasso não poderia ser tão amargo quanto nos livros de perdedores. A vida te acolheu, mas foi você que encolheu. E mesmo abandonado, mesmo maltrapilho e sujo com a lama do pântano mais repudiante, tu comemoras. O fim está próximo, eu posso sentir. Tu não tens direito a um último pedido. Espere. Deite os olhos devagar e sinta seu corpo formigar. Por fim, sua alma vem a morrer. As lágrimas extravasam, silenciosamente. Elas tocam seu coração, mas aprendeste que onde há pedra não entra água. Prepara a caneta, solte as rimas, molhe o papel. Comece o teu renascer em epitáfio. Seus pulsos estão cortados. O sangue escorre. E você, como tudo o que tem vida, morre.

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