terça-feira, 7 de maio de 2013

Somos cúmplices e comparsas. Somos puros. Puro fingimento, farsa, mentira, ambiguidade em dedos cruzados jurando mentiras. Eu amante, você de amadora. Eu de beijos, você de palavras. É certo e famoso o destino dos trapaceiros. Somos culpados sem perdão, somos cena e máscaras cor de pele. Eu de amor, você de ponto final. Eu de carinho, você de afago. Eu tento te despir o corpo inteiro, eu te rasgo, te domo em meus braços, te mordo, te marco. Te compro com palavras fúteis, amo-lhe daquele meu jeito. Lanço-te em meu mar e em meu peito te afogo, te amanso, te jogo. Sim, te jogo em cassinos, te aposto, te perco, mas nunca te ganho. Em teus gemidos, te sufoco para evitar palavras comprometidas. Quando falavas em sussurro, eu era tolo e acreditava que enciumava-se do vento e queria o teu ar somente dentro de meus ouvidos e carregado em meus pulmões. Mas não, enganara-me. Os sussurros eram para que teu coração não ouvisse as mentiras que da boca manchada saiam. Nosso segredo não morrerá, nem muito menos se revelará. Somos culpados sem perdão, somos pura encenação. Cena de um romance proibido. Cena um, tomada três. Culpados pela ressaca de amar quem não vale uma simples mentira.

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