A beleza existe em tudo - tanto no bem como no mal. Mas somente os artistas e os poetas sabem encontrá-la. - Charlie Chaplin
terça-feira, 7 de maio de 2013
Parece maturidade, mas não passa de uma fuga frustrada de quem recusa-se a amanhecer. Quase lembra felicidade, mas é a vida espremendo-se no fundo do poço. Sorrisos amarelos dizem ser a minoria, mas de incrédulos na própria felicidade o mundo vaza. De tanto odiarem o drama, esqueceram-se de como chorar pela desgraça de morrer em vida. Olhos que secaram e bocas que reproduzem a morte que vem de dentro. Nada os deprimem, eles dizem. Tão lamentável é ser feliz somente por não ter motivos pelos quais chorar. Artista é quem sabe dançar a valsa no ritmo do próprio coração e não quem quebra as pernas para não se cansarem, por medo de pisaram-lhe o pé. Abismos resplandecem o vazio da alma de quem não acredita em amor. De tantos repousos em frustrações cactáceas, os corpos encheram-se de furos e por mais sentimentos que tentem transbordar, nada conseguem passar além da pena de si mesmo. Até parecem mais inteligentes, eu repito, até parecem mais sóbrios. Imagine a beleza de jamais deixar-se consumir por palpitações desprezíveis, já que somos carne e carne é feita para ser consumida. Beleza teórica, eu presumo. Pois se a carne não é consumida rápido, apodrece e atrai moscas. Moscas essas que colocam seus ovos moribundos e esperam até que a vítima se distraia. É certo que quem diz que não ama, deveria dizer que ama ao menos as larvas em seus corpos apodrecidos que cada vez mais atraem sujeira. Quem não acredita em amor, paixão, fervorosidade, já amou de menos, apaixonou-se demais e deixou que o fervor amornasse. Mas é o morno que escalda e derrete a sensibilidade. Ah, quão bobos são as pobres almas que acreditam em amores eternos. O que não sabem é que histórias de eternidade só merecem ser lidas por aqueles que desgrudam as páginas coladas pelo tempo. Bobos ou não, pobres almas jamais serão. Quem murcha na solidão despreza a correnteza das lágrimas, porque dizem saber da própria dor. Mas se não conhecem o amor, o que entendem por dor? O que sentem é o peso na consciência dos covardes que guerreiam de espada e armadura, e ainda assim perdem a batalha para os de armas nuas. E aquele passado que te aprisiona? Até parecia amor e eternidade, mas o que nasce para ser amor de passagem jamais chegará a ser amor de verdade. Amores não são línguas de sogra, amores nunca murcharão. Amores de esquina, amores que vem e vão, amores confundidos com paixão, amores que nunca são.
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